A internet em toda parte


Quarenta anos após seu início, a rede está disponível a partir de TVs e celulares, entre outros aparelhos, além do computador. Pode até não haver consenso sobre a data exata que marca a origem da internet, quatro décadas atrás, mas uma coisa é certa sobre o seu futuro: irá se tornar cada vez mais onipresente. A mobilidade do celular, que leva seus e-mails para o bolso, é só o começo. A rede conectará os eletrodomésticos de sua casa e até fechará a janela da sala quando começar a chover. É a “internet das coisas”. A rede não só estará em todos lugares como se tornará imperceptível.
"Você vai ver mais os resultados, e não a internet em si. Quando você usa a eletricidade em casa, não está preocupado se é 60 Hz ou monofásico, isso ficou para trás. Você liga sua secadora e funciona", compara o diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), Demi Getschko, com a autoridade de quem é considerado um dos pais da internet no Brasil.
Com a implementação, já em curso, do protocolo IPv6 – versão 6 do protocolo da internet (IP, na sigla em inglês), que é a identidade de uma máquina na rede –, teremos endereços infinitos, avisa Getschko. É o que possibilitará a internet em todas as coisas. "Não só computadores e pessoas se falam, os equipamentos domésticos também, de forma que tudo ao seu redor vai estar interligado", explica.
Esse seria o quarto estágio da internet. O primeiro foi ter ligado máquinas. Em 2 setembro de 1969, cientistas da Universidade da Califórnia trocaram informações entre dois computadores por meio de um cabo de cinco metros. Em 29 de outubro, uma mensagem foi trocada entre computadores de duas universidades, o que marcou o início da rede Arpanet, embrião da internet.
A próxima etapa foi a conexão entre pessoas, e o correio eletrônico é o melhor exemplo, opina Getschko. Em um estágio seguinte, as pessoas passaram a construir uma identidade online por meio de blogs e redes sociais. Para se ter ideia, os sites de relacionamento foram acessados por 80% dos 36,4 milhões de brasileiros que navegaram na web em julho de suas casas ou do trabalho.
Só então chegamos à “internet das coisas”. A ideia é deixar o mundo mais inteligente, com sensores capazes de determinar se uma porta está aberta, por exemplo, e dispositivos capazes de fechá-la ao receber um comando pela rede.
"Caminhamos a passos firmes para que a internet esteja em carros, animais, plantas e humanos. O que parece ficção científica começa a surgir no cotidiano", conclui Marcelo Zuffo, pesquisador do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Por Vanessa Nunes - Zero Hora

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